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Arte Funcional ou Design Contemplativo? Eles ganham destaque em Anuário de Arquitetura

    Adalgiza Vaz
    Ciça Testa
    Duda Clementino
    Fernanda Carvalho
    Flávia Pircher
    Gisele Faganello
    Isis Kosta
    Karol Coelho
    Leoni
    Lidia Madeira
    Luisa Libardi
    Nanda Vilas

    A curadora e galerista Lígia Testa, da Galeria Arqtus-Ligia Testa, de Campinas, é defensora das possibilidades que podem ser geradas com o casamento do design com a arte. É um movimento interessante para ambas as partes, principalmente porque a arte deixa de ser apenas contemplativa para ganhar funcionalidade, enquanto o design faz a “beleza pôr mesa”. Quando a empresária Carmen Saucedo teve a ideia de compor caixas especiais para a entrega do anuário Circuito Arq+Decor – lançado em 30/11 aos profissionais da Arquitetura e Decoração – Lígia viu a oportunidade de colocar em prática sua visão. “Sentimos juntas, ali, excelente ocasião para um projeto curatorial contemplando a arte funcional!”, conta.

    Assim, ambas, junto a doze artistas representados pela galerista, abraçaram a oportunidade de a arte ganhar outros suportes, como a tampa de uma caixa em MDF. “Aquele objeto se torna arte, bonito de se olhar, de contemplar e, ao mesmo tempo, continua mantendo sua função de guardar algo, quem sabe documentos, maquiagem ou joias”, exemplifica Lígia.

    A presença da arte na decoração sempre contou com relevância, mas com a pandemia e as restrições de isolamento, isso ficou ainda mais flagrante. “As pessoas passaram a ficar muito tempo em casa, percebendo mais claramente a importância de um espaço bem decorado, aconchegante, belo. Pinturas, fotografias, colagens, desenhos, gravuras, esculturas: são elas – as obras de arte (e só elas) – que tornam o ambiente exclusivo”, afirma.

    É hora de aculturar designers e arquitetos de maneira que não deixem de incluir em seus projetos a arte. Eles precisam se ver como artista do espaço, da mesma maneira que a pintura é a arte da cor, a música é a arte do som, a escultura do volume e a dança do movimento. Diante deste cenário os doze artistas foram desafiados a criar obras atendendo aos dois objetivos principais: arte e design. Assim surgiu a “Arte na Caixa” – que tornou a tampa um novo suporte da arte, diferentemente de telas ou papéis, e com função definida. Ou seja, é arte funcional (ou seria design contemplativo?).

    “Em parceria com os fotógrafos parceiros de vários projetos Daniel Gallo e Daniel von Atzingen – especialistas em impressão – decidimos também presentear os profissionais com a arte de um dos doze artistas na técnica fineart (obras impressas em nível estético de excelência, reconhecidas como arte e, ao mesmo tempo, acessíveis). O resultado não poderia ser mais maravilhoso!”, comemora Ligia.

    Agora, conheça os talentosos artistas desse lindo trabalho unindo arte e design:

    ADALGIZA VAZ: imenso talento em espalhar cores com harmonia e abstrações primorosas, com perfeccionismo, mesmo em grandes dimensões.

    CIÇA TESTA: suas colagens encantadoras remetem aos contos de fadas, às fábulas, às histórias que conhecemos na infância, assim, sua arte nos afaga a memória afetiva.

    DUDA CLEMENTINO: dona de imagética leve, delicada, que expressa ternura e, ao mesmo tempo, a força das cidades, das pessoas, da ocupação que ela faz dos espaços.

    FERNANDA CARVALHO: equilibra hábil e harmoniosamente a tratativa dos temas sociais com a ludicidade necessária para torná-los amenos e belos.

    FLÁVIA PIRCHER: encontrou na cerâmica sua vertente artística e produz, além dos objetos funcionais de bom gosto, esculturas adoráveis.

    GISELE FAGANELLO: jornalista e engenheira, a artista tem, nas pinturas abstratas e nas esculturas, sua melhor expressão.

    ISIS KOSTA: passeia com desenvoltura nas belas abstrações nas quais, vez ou outra, esconde figurativos instigantes com muita elegância.

    KAROL COELHO: encantada com o mundo visual de cores e formas, cria mulheres poderosas e donas de si, com expressões incríveis.

    LEONI: suas obras refletem a vasta pesquisa experiencial em diferentes culturas, passeando bem do figurativo à abstração e do acadêmico ao experimental.

    LIDIA MADEIRA: fez um pacto com a aquarela, técnica que domina como poucos e cria, além das flores, imagens absolutamente inusitadas e belas.

    LUISA LIBARDI: domina as técnicas da pintura e a sobreposição é sua expertise também na fotografia, apresentando composições em camadas que instigam e encantam.

    NANDA VILAS: produz motivada pela complexidade humana e o caos urbano, assim, arabesca suas obras em profusão de fios, tramas e entrelaces de exotismo únicos.