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A Arte e a Gente

Quantas frases afirmam que a gente precisa de Arte, que ela existe para que suportemos a realidade, que a temos para não morrer da verdade, que é nela que o homem se ultrapassa? Sim, é indiscutível, a gente precisa de Arte!

E a Arte precisa de quê?

A pergunta vem-me passeando entre as sinapses e os escassos momentos de nada-fazer. O que é um museu com paredes plenas de obras de arte mergulhado no mais absoluto vazio de gente? Não há passos vagarosos, cochichos sobre a impressão causada por aquela imagem, desejos de se ter aquela obra em casa ou de ser a última a escolher no mundo, as mais deliciosas inferências das crianças, interpretações variadas. O que significam as obras instaladas na mais perfeita expografia, milimetricamente colocadas para satisfazer o desejo de nosso cérebro pela simetria, sem um único cérebro a apreciar?

Um dia, entrelaça-se, a essa, outra pergunta que me instigava quando criança: se uma árvore cair e não houver ninguém por perto, haverá barulho? Em tempos de Google, impossível não encontrar o esconderijo da pergunta ‘difícil’ de outras eras. A resposta é não: o som não existe, pois ele é apenas uma sensação, uma percepção das vibrações sonoras. Assim, quando uma árvore cai, ela não produz barulho, mas sim, vibrações sonoras no ar atmosférico que se tornam som ao atingir nossos ouvidos. Também os cheiros são apenas moléculas odorantes no ar capazes de ativar os receptores olfatórios decodificados no córtex.

E, como falamos dos sentidos, voltemo-nos agora ao da visão: o que causa a beleza da arte sem ninguém a contemplá-la?

A arte é emoção. Sem contemplador, porém, a emoção se perde, a arte não existe.

O ar está impregnado por tudo aquilo que a arte pode produzir, como alegria, indignação, raiva, força, enfim, ela é uma energia transcendental que viaja com destreza até nosso inconsciente mais profundo. Sem contemplador, porém, tudo isso se perde, a arte não existe.

E a arte envolve um processo que esbanja energia do criador e estabelece uma troca entre ele e quem a contempla. A arte é um alívio neste mundo de atrocidades e consumos exacerbados, ela transforma e expande a consciência. Sem contemplador, porém, tudo isso se perde, a arte não existe. E a arte contemplada é uma forma de oração, um prazer elevado, uma conexão com o universo. Se as pessoas – cada vez mais afastadas das outras pessoas e mais envolvidas consigo mesmas – passam a contemplar a arte, forma-se um elo entre elas, aproximando-as com uma comunicação mais amigável. Sem contemplador, porém, tudo isso se perde, a arte não existe.

Ir às exposições de arte, aos eventos culturais, qualquer que seja a arte envolvida – música, dança, teatro, visual, arquitetônica, literatura, cinema, fotografia – e prestigiar os artistas envolvidos é uma atitude a ser fortalecida, é uma corrente a ser disseminada. Numa das últimas exposições que produzi em São Paulo, recebi muitos artistas renomados para conhecer o artista que estava expondo suas obras. Não vi este artista nenhuma vez, durante toda a noite de seu vernissage, sem um sorriso no rosto. Aí, concluí: A Gente precisa de Arte e a Arte precisa de Gente!

Ernest Fischer disse que a função da arte não é a de passar por portas abertas, mas a de abrir portas fechadas. Sem contemplador, porém, ela abre as portas e encontra a casa vazia.

DORIS HOMANN

A pintura da condição humana

Doris pinta a dor, a terra nos engolindo nas guerras, a lama nos tragando em tons terrosos; os olhos jovens de Doris veem a primeira guerra, quando querem ver os romances da juventude, ao amadurecer, eles veem a segunda guerra, quando querem ver as filhas aninhadas a ela; pinta também o belo, a paisagem, retrata muita gente, quem pede, quem ela quer, quem encontra pelo caminho; mulher intensa, apaixonada, que quer um mundo menos desigual.

Doris pinta paisagens, aquarelas, usa carvão, papel, madeira, não desperdiça nenhum suporte, usa frente e verso; tem a imagética de cores terrosas porque a terra permeia sua vida em muitos sentidos, ela trabalha a terra com as mãos e abandona a terra-mãe, uma, depois outra, até mudar-se de continente; mulher intensa, apaixonada, que quer um mundo menos desigual.

Doris é compulsiva, se não aprova a imagem, risca-a, rasura-a; tranca-se dias no atelier, sem comer, nutrindo-se de arte; pinta nus, enaltece o sexo, conhece os prazeres femininos muitas décadas atrás e descreve-o detalhado em imagens; pinta visões, gente voando, vultos subindo, quiçá almas saindo dos corpos; nascida no século XIX com cabeça de séculos à frente deste nosso; mulher intensa, apaixonada, que quer um mundo menos desigual.

Doris é Atlas a levar o mundo nos ombros, como seu soldado leva outro homem, este de olhos fechados para sempre, é o que seus olhos capturam pelas ruas e a paixão pela arte a salva da inexpressão, a arranca da catatonia; pinta balões que isolam seus personagens protegidos dos males contumazes do mundo; ela produz que nem máquina cheia de sentimento para amenizar a vida de seus contempladores; mulher intensa, apaixonada, que quer um mundo menos desigual.

CINCO AMIGOS

Do grupo vanguarda à contemporaneidade

Como os sentidos, eles são cinco. Cinco visões de mundo, cinco caminhos, cinco amigos vivenciando todas as artes e juntos e por décadas.
Suas linguagens imagéticas tão distintas têm como certa a mesma origem em passado muito próximo.
Suas composições artísticas tão diversas, personalíssimas, mantêm uma linha comum: a repetição de elementos preferenciais.
Há vilarejos com poucas casas – só as necessárias – a resgatar a memória afetiva da infância; é arte minimalista, nada ali está a mais.
Há poemas parnasianos de rimas ricas em contexto idílico de beira-mares, gentes felizes em torno de prosas, contos e elementos hedonistas.
Há passarinhos, trens, navios e eles ocupam harmoniosamente o mesmo espaço de cores tão vívidas que parecem, a qualquer tempo, brincar em ciranda de roda.
E, desta contemporaneidade divina, eles olham os guardiães do Vanguarda a lhes falar sobre seus próprios elementos.
São todos viajantes no tempo. Viajam todos eles de trem e são fabricantes de paisagens, as mais belas, bucólicas ou urbanas. As que amamos desde sempre pois que são elas a nossa Cidade.

macondo no brooklin

Você já esteve em macondo?

Eu já, tanto em ‘Cem Anos de Solidão’ (Gabriel Garcia Marquez) quanto, pessoalmente, na casatelier de Antonio Peticov, durante inauguração do Instituto que leva seu nome e outras vezes para conhecer um pouco de seu dia a dia e afinar a exposição que faremos dele, logo mais. Suas Macondos se assemelham por várias vertentes. Gabriel e Antonio brincam com o realismo como moleques de rua, travessos, sem limite, chegando à fantasia e à magia sempre com o fio mais tênue do mundo suspendendo a realidade. Se o realismo de um é mágico e o do outro é fantástico, a definição que fique por conta dos intelectuais.

Para mim, o que vale é que quando saímos da Macondo de Peticov, a sensação das cores, dos sons, das formas nos permite vagar um pouco numa espécie de Aracataca, até cairmos de novo na realidade nua e crua do dia a dia de cada um de nós. O atelier-casa de Peticov tem uma espécie de ar impregnado de arte, algo tão forte que se pode tocar com as mãos, é como se a Arte houvesse se apropriado daquele espaço, declarando também a soberana propriedade pelo tempo de estar ali. Acho que Peticov trabalhou com Melquíades, por isso a facilidade em desvendar os pergaminhos imagéticos pelo mundo, assim como aqueles misteriosos que o cigano decifrava e me metiam tanta curiosidade. Ambos recorrem à fantasia para revelar a própria realidade e é isso que torna a nossa possível, sabendo-nos, por vezes, capazes de voltar às Macondos necessárias.

forgotten places (& alone in the dark)

Fabricantes de auroras boreais

Aceite isto. Há lugares nos quais você nunca estará. Eles não estão abertos ao público, estão submersos em mistérios, tramas, versões de histórias familiares, sob a ferrugem de cadeados. Estão perdidos no tempo e não há dinheiro que lhes permita roubar imagens com a retina. Aceite, eles são os forgotten places na Alemanha Oriental, resgatados do esquecimento pela fotógrafa alemã Gaby Ehringshausen. Antigos palácios de funções perdidas, para ela ainda são maravilhosos e cheios de vida. Ao entrar neles, ela perde alguns sentidos e ganha outros. Nós também.
Há um cavaleiro cervanteano às soltas, em busca de belezas inesperadas, normalmente, alone in the dark. Notívago, procura árvores solitárias, ilumina-as e rapta-lhes imagens. Paulo Altafin tem olhos felinos para a imagem estética e tecnicamente perfeita e, para ele, não há ângulo impossível, se a meta é impactar.
Eles são fabricantes de auroras boreais.

paisagem silenciosa

Ensaio Sobre a Solidão Urbana

A urbanidade grita vozes, fragmento de conversa, sirenes, cantos desafinados, brigas, comemorações. Nada se escuta: os pensamentos do artista vão focados no clique certeiro de sua máquina. Tudo se move em velocidade própria. Só um elemento é comum: a solidão. Ele a vê encapsulando cada pessoa nas ruas.
De repente, uma ordem expressa: “olhe para mim”, grita a cidade! O fotógrafo vê gente que arrasta a alma pelo chão, fingindo-a sombra ou reflexo. É uma cena da peça, apenas.
E caminha atento pelas ruas da cidade que ama, o artista fotógrafo, roubando imagens do dia, do fim do dia, das sombras e reflexos que contracenam com outros solitários e luzes, muros, folhas, tapumes, pedras, fios.

Anoitece, assim, a acidez da noite faz crescer um pouco do silêncio, mais da solidão e muito dos fantasmas: o matiz dos verdes entorpece os vagantes. É sonho? De quem?
Martinho Caires é hábil em captar todas as nuances deste ensaio maravilhoso. A peça está pronta para a estreia: que o barulho interno de cada um não silencie o som da arte. Nunca.

A paisagem urbana, definitivamente, é silenciosa.

infiorescenza

Márcia Novaes não pinta flores.

Ela extravasa em telas as memórias afetivas da infância, em sagrado compromisso com o mundo da botânica, com o qual convive o dia todo, obstinada em mantê-lo aprumado; à noite, atira-se ao prazer de ilustrar esse mesmo mundo por meio de intensas pinceladas.

Márcia não pinta flores.
Ela dá nova vida a inflorescências, pistilos, corolas, floema e nervuras. Vertendo água, luz e sombra necessárias, faz-nos acreditar ver apenas flores. Na dramaticidade das imagens, a artista retrata folhas rasgadas chorando dores e altivas papoulas respirando nuvens.

Márcia não pinta flores.
A folha rústica de sua bromélia é a asa do arcanjo Miguel, o copo-de-leite inspira poesias que ela verte na tela como musseline de seda, a magnólia é a madona que sofre enquanto o céu verte lágrimas cor-de-anil, em delicado pas-de-deux.

Márcia pinta dramas.
No ápice de sua dramaticidade, dá-se ao luxo de pintar em preto e branco e, ainda assim, produzir imagens intensamente coloridas e com formas e profundidade bem percebidas.

Ela pinta extremos.
Enganando-nos os olhos com pretos absolutos e brancos puros, ela nos faz passear atônitos por tons azulados e matizes de ouro. Suas flores brancas flutuam soberanas no vazio da fictícia ausência de cores, em traços fortes, bem definidos e que não deixam dúvidas: Márcia atingiu sua maturidade artística.

tessitura

Teresa tece texturas em telas

Entrelaça os fios da urdidura e da trama para obter tecidos.
Teresa trama teias numa dança estranha, entremeando panos de ternas estampas.

Todas as mulheres de homens em guerra também entrelaçam fios parcos e esperanças poucas, unidas por cantos lamentosos a cappella. Aranhas-tecelãs, todas Helenas. Todas Atenas, Espartas, Troias, Beirutes, Mediterrâneas. Tensas todas as águas, tristes todas as lutas, sagrados todos os mantos tecidos.

Tesouros da tessitura carregados em baús saltam atlânticos. São fardos fartos que se desdobram por vontade própria, emanando aromas múltiplos de lavanda e madeira. Exibidos, quase lascivos, provocam-nos: ‘quem me quer?’ O que serão em breve? Mantos de mesa, de cama, de damas? Que tez tocarão? Tenras, rústicas? Com que aroma se mesclarão?

Teresa ata a natureza à tessitura e tinge matizes inusitados.
Tecer, que ato tão terno quanto dramático é este!

traçados sonoros

Com um encontro informal com o público, o artista visual Renato Stegun abre na manhã de sábado dia 17 de maio, sua exposição Traçados Sonoros, conjunto de pinturas, gravuras e objetos inspirados no universo musical. A exposição será na Quadrante Galeria e permanece aberta ao público até o dia 27. As interfaces entre a pintura e a música são ricas em metáforas e em relações no plano formal e criativo. Compositores observam pintores e pintores inspiram-se em compositores. Música e pintura respeitam-se e inspiram-semutuamente. Sempre uma vitória da arte.

Ao produzir suas obras, Renato deixa-se embalar por essa sinergia da relação entre música e pintura. Suas criações são inspiradas por um universo sonoro eclético, que contempla da música clássica ao jazz, passando pelo rock dos anos 70s. Traçados Sonoros não pretende homenagear a música, mas retratar a dependência que o artista tem da música quando precisa criar. Renato confessa ter um processo catártico de criação, que pode começar fortemente organizada ou desembocar no improviso, desconstruindo todo plano anterior. Aí revela-se uma aproximação entre aspectos distintos, particulares da música e da pintura: de um lado, a dimensão atemporal específica da pintura e, de outro, a articulação no tempo da música. Ao tocarem em conjunto, músicos constroem sua obra compartilhando espaços sonoros, com tempos próprios para o improviso e a repetição. Já pintar é processo solitário, definitivo, mas para o qual Renato encontra espaço para o improviso: um consistente estudo prévio de cores pode dar base para o improviso quando da execução da obra. Nesta exposição, Renato traz em suas telas músicos individualizados, cada qual na expertise de seu instrumento, mas integrados em monobloco, produzindo a tríade som/ritmo/tempo e resultando na música harmoniosa, estampada nas imagens que compõem a mostra. E é ao final desse momento criativo que Renato “ouve” a música que retorna de suas obras. Além das obras em acrílica sobre tela, a série Traçados Sonoros apresenta também gravuras, uma coleção de objetos e arte digital.

Renato Stegun nasceu em Campinas e é formado em Publicidade e Propaganda. Estudou desenho e pintura e tem sólida carreira como ilustrador em projetos editoriais, campanhas publicitárias, humor gráfico, caricatura, charge, cartum e design de objetos artísticos. Participou de mais de oitenta exposições e salões no Brasil, Irã, Romênia, Coreia do Sul, França e Espanha, atuou em programas de TV sobre o tema “Desenho de Humor” e montou, a convite da EPTV/Globo, em parceria, o site de caricaturas FabriCarica

nus cordéis

Toda arte é erótica, declarou o arquiteto Alfred Loos, em 1908. Tudo é sedução, explica o artista Paulo Branco, um século depois, sobre sua última e profícua fase. “Nus Cordéis” é sua mostra individual, com 50 desenhos em grafite e aquarela sobre papel e 18 telas em acrílica de grandes formatos. O nome é uma provocação por conta do erotismo das imagens e da própria expografia, com as obras penduradas em cordas. O traçado de Branco é minimalista, delicado, remetendo a um balé de corpos em movimentos apenas sugeridos, às vezes, um único corpo em êxtase, outras, dois ou mais corpos se juntam no balé dos grafites, acariciados por um véu aquarelado e translúcido. O erotismo – de Eros, deus do amor – tem a carga positiva do desejo sexual ligado ao amor, o que o afasta da pornografia, pelo senso comum. As representações eróticas mais antigas datam da época paleolítica, com suas pinturas rupestres. Ao longo das eras, muitos povos representaram tais cenas: cerâmicas gregas, afrescos em Pompéia, esculturas com atos sexuais pouco convencionais no Peru e comunidades pré-colombianas. Ainda, papiros com a organização da sociedade faraônica no Egito, pintura erótica tradicional no Japão do século 13 ou na China da Dinastia Ming, além do mais que disseminado Kama Sutra da Índia. Na História da Arte, o erotismo retrata a relação entre o homem e sua identidade, com as manifestações eróticas fazendo parte da história de todos os continentes, em todos os tempos. Trata também do encantamento humano diante da própria capacidade de se reproduzir. A interrupção dessa arte, na Idade Média europeia influenciada pela Igreja, só fez com que ela reaparecesse com mais força, invadindo telas, esculturas, livros, gravuras. Se humanidade só existe por conta da infinidade milenar de acasalamentos e nascimentos e, se a arte é, antes de tudo, linguagem dos sentidos em movimento, o nu da imagem corresponde à nudez assumida em comunhão. Viaja-se através de um corpo como se viaja em busca de um planeta a milhares de anos-luz, afirmou o poeta Nicolau Saião. “Nus Cordéis”, sob coordenação artística de Ligia Testa, tem vernissage em 2 de agosto, sábado, na Casa Lola, das 11 às 17 horas, estendendo-se até 31 de agosto. As obras estarão à venda, ótima sugestão para o dia dos pais (no vernissage, ao comprar um presente da mostra, ganha-se a caricatura feita na hora pelo artista). A Casa Lola fica na Rua Sampaio Ferraz, 581, Cambuí, e receberá os convidados com degustação do chopp artesanal da RockBiru, como cortesia, das 14 às 16.

Ao produzir suas obras, Renato deixa-se embalar por essa sinergia da relação entre música e pintura. Suas criações são inspiradas por um universo sonoro eclético, que contempla da música clássica ao jazz, passando pelo rock dos anos 70s. Traçados Sonoros não pretende homenagear a música, mas retratar a dependência que o artista tem da música quando precisa criar. Renato confessa ter um processo catártico de criação, que pode começar fortemente organizada ou desembocar no improviso, desconstruindo todo plano anterior. Aí revela-se uma aproximação entre aspectos distintos, particulares da música e da pintura: de um lado, a dimensão atemporal específica da pintura e, de outro, a articulação no tempo da música. Ao tocarem em conjunto, músicos constroem sua obra compartilhando espaços sonoros, com tempos próprios para o improviso e a repetição. Já pintar é processo solitário, definitivo, mas para o qual Renato encontra espaço para o improviso: um consistente estudo prévio de cores pode dar base para o improviso quando da execução da obra. Nesta exposição, Renato traz em suas telas músicos individualizados, cada qual na expertise de seu instrumento, mas integrados em monobloco, produzindo a tríade som/ritmo/tempo e resultando na música harmoniosa, estampada nas imagens que compõem a mostra. E é ao final desse momento criativo que Renato “ouve” a música que retorna de suas obras. Além das obras em acrílica sobre tela, a série Traçados Sonoros apresenta também gravuras, uma coleção de objetos e arte digital.

Renato Stegun nasceu em Campinas e é formado em Publicidade e Propaganda. Estudou desenho e pintura e tem sólida carreira como ilustrador em projetos editoriais, campanhas publicitárias, humor gráfico, caricatura, charge, cartum e design de objetos artísticos. Participou de mais de oitenta exposições e salões no Brasil, Irã, Romênia, Coreia do Sul, França e Espanha, atuou em programas de TV sobre o tema “Desenho de Humor” e montou, a convite da EPTV/Globo, em parceria, o site de caricaturas FabriCarica