A Inn Gallery, em parceria com a curadora e galerista Ligia Testa, apresenta a exposição DORIS HOMANN – A PINTURA DA CONDIÇÃO HUMANA, com os trabalhos da pintora, escultora, gravurista e ilustradora alemã. Artista revolucionária que conviveu com grandes nomes da cultura europeia de sua época, deixou um legado ainda pouco conhecido no Brasil, e agora terá o seu trabalho exibido pela primeira vez em São Paulo. Obras disponíveis até o dia 18/10/2019.
Há um ano, através de indicação, conheço 2 senhoras nascidas em Berlim que, já na primeira troca de abraços, se declaram italianas. Pergunto como é isto e me respondem, de pronto: “gatos nascem em forno e não são pães”. Ambas estão por volta dos 90 anos, com uma dignidade notável em todos os sentidos. Filhas da artista Doris Homann, guardam o acervo da mãe com o devido orgulho. Lívia, a filha mais velha, viveu um período com Clarice Lispector, em Nápoles, e, por meio dos relatos da escritora, mudou-se para o Brasil na década de 40.
Doris vivenciou as 2 grandes guerras e relatou de forma imagética as dores presenciadas. Conviveu com Bertolt Brecht, Vladimir Mayakovsky e outros gênios. Lívia chegou primeiro ao Brasil, seguida pela mãe e irmã, em meados dos anos quarentas.
Assim, com tanta história, elas vêm-me pedir uma exposição na qual minha alma mergulhou totalmente. Definidas as 60 obras, passamos a pesquisar dados da artista.
Muitos documentos, da Europa e daqui, muitas exposições e andanças da artista pelo mundo, descobrimos a existência de um meio irmão delas, filho do pai, que ficou na Europa, com a segunda mulher e 3 sobrinhos.
Na oportunidade, um dos filhos de Cláudia está na Europa, e tem o primeiro encontro com o tio – até então desconhecido.
Em 16 de maio, comemoramos o aniversário de Doris, que completaria 121 anos, cheias de emoção vivida pela família que cresceu substancialmente nestes últimos dias.
A mostra sai de Campinas e vai para a Inn Gallery, da Carmen Pousada, em São Paulo, onde mostraremos uma arte revolucionária aos nossos convidados.
Doris pinta a dor, a terra nos engolindo nas guerras, a lama nos tragando em tons terrosos; os olhos jovens de Doris veem a primeira guerra, quando querem ver os romances da juventude, ao amadurecer, eles veem a segunda guerra, quando querem ver as filhas aninhadas a ela; pinta também o belo, a paisagem, retrata muita gente, quem pede, quem ela quer, quem encontra pelo caminho; mulher intensa, apaixonada, que quer um mundo menos desigual.
Doris pinta paisagens, aquarelas, usa carvão, papel, madeira, não desperdiça nenhum suporte, usa frente e verso; tem a imagética de cores terrosas porque a terra permeia sua vida em muitos sentidos, ela trabalha a terra com as mãos e abandona a terra-mãe, uma, depois outra, até mudar-se de continente; mulher intensa, apaixonada, que quer um mundo menos desigual.
Doris nasceu em Berlim, mas o nazismo a mandou para a Itália onde chegou a sofrer com o fascismo. Mulher revolucionária cuja imagética intensa nos faz refletir pelo valor da arte!
DORIS: PICASSO DE SAIAS? A GRANDE RETRATISTA!
SERVIÇO
A Pintura da Condição Humana
Data: 8 a 18 de outubro
Local: Galeria Física Inn Gallery – Rua Dr. Melo Alves, 138 – Jardins, São Paulo
Horário: de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas e sábado das 11h às 15h
NA MÍDIA
Rádio Cultura, Programa Metrópolis
Rádio Alpha FM
Glamurama (Joyce Pascowitch)